Ao relembrar a terra tão querida Não me conformo com essa distância Eu trocaria toda uma vida Por um só dia da saudosa infância Voltar aos tempos do meu bombardino Tendo na mente sempre os mesmos planos Sonhar de novo no bar diamantino Aqueles sonhos dos meus doze anos Meus áureos tempos que a sonhar vivia Casinha branca dos canaviais Ah! Se eu pudesse ao menos por um dia Rever os campos de Minas Gerais Os quero-queros da lagoa linda Os canarinhos do alvorecer Meu Deus, permita-me voltar ainda À minha terra antes de morrer As lindas festas lá de santa rosa De santo inácio alegre chapadão Estão marcadas na ficha formosa No grande arquivo do meu coração Se eu volta ainda à minha terra Ao douradinho eu irei primeiro Pra ver se existe o rancho da serra Onde eu tentava ser um garimpeiro E em janeiro, pelo dia seis Lembrando o tempo que bem longe vai Ouvir chorando a folia de reis Que lembra tanto o meu velho pai Depois, então, regressarei contente Porque, enfim, a sorte é Deus quem traz Direi adeus a toda minha gente E certamente morrerei em paz