Declamado: ("Na fazenda boqueirão há muitos ano passado Assucedeu este fato que abalou o povoado Ainda tinha escravidão no nosso brasil amado E os pretos tudo em leilão pelos homens era comprado Existia na fazenda uma escrava bem trigueira Por ser linda a danada tinha o nome de faceira O sinhô se apaixonou por essa escrava que digo Seu amor foi criminoso também teve o seu castigo A sinhá que descobriu pôs a culpa na mulata Amarrou ela num tronco e lhe bateu de chibata A mulata lá no tronco dava pena inté de oiá Mas escute o castigo que arrecebeu a sinhá") Faceira tava doente, ia ser mãe a criatura E num tronco amarrada foi a sua desventura Pois seu filho ali nasceu tendo o céu por cobertura No outro dia os escravo abriu duas sepultura O sinhô desesperado quando viu o que assucedeu A correr e a gritar a memória ele perdeu A marvada da sinhá o castigo arrecebeu Ficou muda de repente, sem falá ela morreu Isto foi acontecido na fazenda boqueirão Se passou há muitos anos, no tempo da escravidão Mas quem passa na fazenda sente triste o coração Pois o sangue dos escravo não saiu ali do chão