Minha vida era um palco iluminado Eu vivia vestido de dourado Palhaço das perdidas ilusões Cheio de guisos falsos da alegria Andei cantando a minha fantasia Entre as palmas febris dos corações Meu barracão do morro do salgueiro Tinha o cantar alegre de um viveiro Foste a sonoridade que acabou E hoje quando do Sol a claridade Forra o meu barracão Sinto saudade da mulher pomba rola que voou Nossas roupas comuns despenduradas Na corda qual bandeiras agitadas Pareciam um estranho festival Festa dos nossos trajes coloridos A mostrar que nos morros mal vestido É sempre ferida nacional A porta do barraco era sem trinco Mas a Lua furando o nosso zinco Salpicava de estrelas nosso chão Tu pisavas nos astros distraída Sem saber que a ventura desta vida É a cabrocha o luar o violão Foi numa leva que a cabocla maringá Ficou sendo a retirante que mais dava o que falar E junto dela veio alguém que suplicou Pra que nunca se esquecesse de um caboclo que ficou Maringá, maringá Depois que tu partiste Tudo aqui ficou tão triste Que eu garrei a imaginar Maringá, maringá Para haver felicidade É preciso que a saudade Vá bater noutro lugar Maringá, maringá Volta aqui pro meu sertão Pra de novo o coração De um caboclo assossegar Antigamente uma alegria sem igual Dominava aquela gente da cidade de pombal Mas veio a seca, toda chuva foi-se embora Só restando então as água Dos meus óios quando chora Maringá, maringá Maringá, maringá Maringá, maringá Volta aqui pro meu sertão Pra de novo o coração De um caboclo assunsegar