Lá pras banda de andradina quando ainda era sertão Morava josé claudino, homem honrado e muito bom Ele tinha dois filhinhos, por quem tinha adoração O mais velho com dez anos era de muita opinião O outro tinha sete anos de idade na ocasião Naquele sertão bravio ele pegou uma empreitada 50 Alqueires de mata pra fazer a derrubada Distancia de meia légua longe da sua morada Somente os dois meninos naquela mata fechada Levavam o almoço pra ele por dentro de uma picada. Certo dia os menino iam com o almoço seu Quando um forte temporal toda mata escureceu Bem no pé de uma figueira os meninos se esconderam Mas o rumo da picada todos os dois se esqueceu E naquele sertão bruto o coitadinho se perdeu Quando o temporal passou o pai ficou preocupado O almoço não chegava, ele então foi encontrar Chegando na sua casa eles não estavam lá E ele então muito aflito com a esposa a lhe ajudar Entraram na mata bruta sem esperança de achar Somente no outro dia já bastante esmorecido Foi que encontraram as crianças naquele sertão perdido A roupa toda rasgada o corpo todo ferido Tremendo de frio e fome quase perdendo os sentidos Mas na comida do pai eles não tinha mexido Por que não tinham comido o pai perguntou então Num pranto que dava pena responderam a razão A comida é do senhor nóis não pode por a mão Aquele exemplo bonito fez chora seu coração Pois existem muitos filhos que pros pais negam o pão