Chão caboclo, chão vermelho Como o sangue sertanejo Do caboclo brasileiro Chão que nunca está cansado Que está sempre preparado Pra dar pão ao mundo inteiro Chão que tem da natureza Fartura e tanta riqueza Que a ninguém nunca negou Eu ando até desconfiado Que os pés de Deus abençoado Um dia já lhe pisou Chão caboclo, chão pisado Pelas patas desse gado Que você cria pra nação Nação que não nega a vida Pra quem busca uma guarida Em sua vida, meu chão Chão caboclo tem invernada Que também tem passarada Mata virgem e plantação Aqui dentro do meu peito Um saúdo que foi feito Num pedaço desse chão Eu andei pela cidade Mas vencido na saudade Voltei aqui pra ficar Ouvir a orquestra da mata Numa linda serenata Da passarada a cantar E neste meu chão caboclo Envelhecer pouco a pouco Sem sentir o peso dos anos Pois quem tem no campo a lida Sempre chega ao fim da vida Sem nunca ter desengano Chão caboclo brasileiro Quando o dia derradeiro De minha vida chegar Quero dormir sossegado Num abraço apertado Em teu seio repousar E no descanso infinito Do teu seio, chão bendito No meu sono verdadeiro Ser velado e serenata Pelos passos de suas matas Chão caboclo brasileiro