Eu sai de Aquidauana Tocando minha boiada. Com destino e Barretos Saímos rompendo estrada. Levei seis peões de classe Pra ajudar nesta jornada. Chegamos no Porto Quinze Ali fizemos parada. Na beira do Pantanal Eu resolvi fazer pousada... Quando foi a meia noite Fiquei muito impressionado. Lá no meio do pântano Tinha um barulhão danado. Um grito de um peão, ai Com um boi que estava arribado. Também ouvi o berrante No seu toque repicado. E o barulho foi sumindo Pr'aquele mundão largado... Regulava três e meia Já era madrugadinha. Voltou de novo o barulho Sem eu saber de onde vinha. Perguntei o que queria Porque medo eu não tinha. Uma voz respondeu Dobrou a coragem minha. Conheci que era a voz Do finado Batistinha... Essa alma do outro mundo Comigo pegou a falar: - Eu devo uma promessa Que eu não pude pagar. Na igreja de Aparecida De joelho nela entrar. E beijar os pés da Santa Naquele sagrado altar. Quero que você faça isso Pra mim poder me salvar... Meu peito soluçou triste Com esse golpe doído. Batistinha era um amigo Que ali tinha morrido. Dali eu segui viagem Com aquilo no sentido. Deixei meus pra trás E sai resolvido. Na Aparecida do Norte Fui fazer o seu pedido... Já cumpri sua promessa Fiz minha obrigação. Do jeito que ele pediu Fiz com fé e devoção. Sua alma hoje descansa Teve a sua salvação. Eu carrego no pescoço Para a minha proteção. A imagem da Aparecida Protetora dos peões, ai ...