Levanta cedo, veste a roupa remendada Calça a botina rasgada, suja de terra vermelha Chapéu de palha já bastante desfiado E o rosto meio queimado e o cigarro atrás da orelha Toma café com o palitinho na mão Risca a taipa do fogão calculando os rendimentos Enche o corote, põe nas costas, pega a enxada Vai lutar contra a geada e com outros contra tempos! Chaga a colheita é aquela correria Preparando a sacaria pra bota no caminhão Lá no terreiro no momento da partilha Uma parte é da família e a outra é do patrão. Soldado herói, combatente defensor Destemido lavrador segue de cabeça erguida E de joelhos agradece o que restou Por que nunca lhe faltou o seu prato de comida.