O temporal desabou, como uma interminável, chuva de aplausos Para aqueles, cujo espírito indomável, o calor não derreteu Os perdidos ainda valsam sua agonia, no meio da rua E o que você não lembra, lembra, o que você não esqueceu O diabo enlouqueceu, sonhando que era Deus! Na hora da siesta Tia Anair, está comendo o garoto que dorme com o vigário! Ontem à noite, uma estrela escorregou, ardendo em chamas! Todos nós sabemos que o inferno é um lugar muito solitário E eu fui para longe, assim como quem, vai longe demais! E eu fui para longe, assim como quem, vai longe demais! Então comecei a observar, todas as suas atitudes Sempre em busca de virtudes, que escondam toda sua escrotidão! Porém confesso que sempre invejei, como você consegue! Contemplar todo o firmamento, sem nunca, tirar os pés do chão Você rogou uma praga, e eu devolvi como se fosse uma, anedota! Um dos meus prazeres, recorrentes, sempre foi lhe importunar! Agora passo os dias, ensinando Maquiavel para minhas serpentes! Mas se você ficar imóvel, elas jamais irão lhe importunar E eu fui para longe, assim como quem, vai longe demais! E eu fui para longe, assim como quem, vai longe demais! Olho sempre o retrovisor, por isso não paro de correr! Com a chuva insistindo em lavar as memória do banco traseiro O vento uiva quando morde o meu rosto, através da janela Com a má sorte, nos meus calcanhares, o dia inteiro No bar, uma mulher está gritando, que casou com um otário A sombra de alguém, está cheirando cocaína, como se fosse necessário Perdi a noite, perdi dinheiro, perdi você, e perdi o horário! Todos nós sabemos que o inferno é um lugar muito solitário E eu fui para longe, assim como quem, vai longe demais! Sim! Eu fui para longe, assim como quem, vai longe demais