Deita teu corpo cansado Relaxa que o tempo Constrói armadilhas estranhas E a vida inventa os fantasmas Que vem te assustar Tenta esquecer a agonia E a dor do passado Empilha as tristezas Por sobre o costado E o peso já morto Atires no mar Não tenha medo das sombras Porões e cadeias E o negro das vagas imensas Que envolvem as sereias Nem as traições e motins De governos tiranos Que arrasam os intentos E nos aprisionam Aos mastros quebrados das embarcações Sem se abater com o estremeço Das grandes procelas Das garras das ondas quebrando as janelas Junte-se aos homens e cante canções A honra do Sol e do sal, lavada de sangue As bússolas e as cartas rasgadas E a terra tão longe As conchas, os peixes e os polvos São nossas medalhas E as grandes riquezas das nossas batalhas As glórias da vida nos fazem cantar