O segurança me pediu o crachá Eu disse: nada de crachá, meu chapa Sou um escrachado, um escrachado Num galpão abandonado, nada de crachá Ié, uô, uô, ié Sei que o senhor é pago pra suspeitar Mas eu estou acima de qualquer suspeita Em meu planeta todo o povo me respeita Sou tratado assim como um paxá Ié, uô, uô, ié E essa aparência de um mero vagabundo É mera coincidência Deve-se ao fato De eu ter vindo ao seu mundo com uma incumbência De olhar a terra, saber por que o amor Saber por que a guerra E olhar a cara da pessoa comum e da pessoa rara Um dia rico, um dia pobre, um dia no poder Um dia chanceler, um dia sem comer Coincidiu de hoje ser meu dia de mendigo Meu amigo, se eu quisesse eu entraria sem você me ver, Sem você me ver, sem você me ver