Sobre o coqueiral, lua E um violão Pronta à cenografia de segunda mão Da Zen-Vergonha Vivo nessa praia Sou da Baixada Fluminense e do Himalaia O infinito vale tudo ou nada A escopeta é o zenbudismo da Baixada O torniquete, o pau-de-arara e a saraivada Minha aura toma e dá porrada Me finjo de Alan Delão mas na realidade Nessa terra é tudo Zé Trindade Lente de papel Última sessão Vermelho e verde na terceira dimensão E um trapalhão Que é Dedé, Mussum Ou Zacaria entrando em fria Gira e cai No caldeirão Peixe, camarão Dendê, farinha Que tá podre mas tá bão Hermeto é mito! É guerra e paz Qual é a realidade Se há sempre um sonho que me invade? O meu pirão é transreal Por isso não desanda Canguru é um bicho com varanda Zen-Vergonha é assim, assim Muito curumim vende pó e cola Raspa, raspa e o camarim Fica cheio assim de tupiniquim Aqui a Yoko rala um coco e joga ioiô O Lennon veste um terno branco e é gigolô E o último há de ser o primeiro A zonza da cigarra O oco do cajueiro E a revolta ainda maior Quem bebeu e bebe o meu suor?