Despedida

Alfredo Marceneiro

É sempre tristonha e ingrata 
Que se torna a despedida 
De quem temos amizade 
Mas se a saudade nos mata 
Eu quero ter muita vida 
Para morrer de saudade 

Dizem que a saudade fere 
Que importa quem for prudente 
Chora vivendo encantado 
É bom que a saudade impere 
Para termos no presente 
Recordações do passado 

É certo que se resiste 
Á saudade mais austera 
Que á ternura nos renega 
Mas não há nada mais triste 
Que andar-se uma vida á espera 
Do dia que nunca chega 

Só lembranças ansiedades 
O meu coração contém 
Tornando-me a vida assim 
Por serem tantas as saudades 
Eu dou saudades alguém 
Para ter saudades de mim
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