Tão forte sopra o vento na campina Tão quente o sol se deita nas searas Que os braços que levantam as enxadas se agigantam E nunca vergarão nem mesmo às espingardas. As botas já calcaram terra semeada Ali onde memória triste se não esquece Nos campos do Alentejo em Serpa e Mora e Montargil Ali onde o querer do povo não esmorece. INSTRUMENTAL Ninguém pode calar a voz da liberdade E a voz de uma ceifeira é certa como o punho E quem quiser travar este caudal que inunda o povo Verá o mês de Abril com sol do mês de Junho. Eu canto o Alentejo novo e colectivo Como quem canta um amigo que não parte Ninguém pode vencer um povo que resiste E tem Catarina por estandarte. INSTRUMENTAL Tão forte sopra o vento na campina Tão quente o sol se deita nas searas Que os braços que levantam as enxadas se agigantam E nunca vergarão nem mesmo às espingardas.